Como o controle de ruídos industriais pode salvar sua empresa | Amplitude Soluções Acústicas LTDA

Todos os dias, muitos indivíduos em todo o mundo estão expostos aos riscos de perda auditiva ocupacional – ou mais conhecida no meio trabalhista pela sigla PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído) – por conta de níveis prejudiciais de ruído no trabalho e, para esses grupos, o monitoramento regular de ruídos industriais é vital.

É fácil dar como certa a audição, mas o processo complexo que ocorre quando os ouvidos captam um som e o traduzem em informações que o cérebro pode entender é verdadeiramente notável. O ouvido é composto de muitas partes que funcionam em harmonia, mas cada uma pode sofrer danos ou mau funcionamento, levando a problemas de audição, dores de cabeça e perda significativa da qualidade de vida.

Além das consequências prejudiciais à saúde pelo excesso de barulho, estes ruídos industriais permanentes podem provocar efeitos psicológicos indesejáveis como estresse, irritabilidade, insônia e ansiedade, que afetam diretamente o desempenho do colaborador em suas atividades diárias.

Mas, a boa notícia é que a exposição ao ruído ocupacional é o fator de risco modificável mais importante para evitar a perda auditiva em adultos. As medidas para o gerenciamento de ruídos industriais devem ser aplicadas tão logo se suspeite da presença de um problema.

Portanto, uma estratégia eficaz de controle de ruído industrial garantirá que os funcionários estejam em boas condições de trabalhar e permaneçam saudáveis. A prática também pode ajudar os empregadores a adotar medidas preventivas para reduzir o risco de infringir normas de saúde e segurança do trabalho, protegendo assim a empresa de ações judiciais.

Qual é o nível de decibéis permitido de ruídos industriais por lei nas empresas brasileiras?

No Brasil, de acordo com a Legislação Trabalhista, o nível máximo de ruído contínuo e intermitente (que não seja ruído de impacto) permitido por lei é de 85 dB (A), ao qual o trabalhador pode ficar exposto por até oito horas diárias.

A partir deste nível de ruído, o tempo de exposição passa a diminuir. Ou seja, a exposição a 90 dB (A), por exemplo, o trabalhador só poderá permanecer no ambiente por quatro horas; para 100 dB (A), a norma estabelece uma horas; e assim por diante até 115 dB (A), exposição permitida por sete minutos. Atividades ou operações superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente.

Vale destacar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece como limite de conforto 50 decibéis – a partir deste limite, o organismo já começa a sentir desconfortos.

* A sigla dB (A) corresponde a um valor ponderado de decibéis que equivale à mesma sensação do aparelho auditivo humano.

Exemplos de setores mais suscetíveis a ruídos perigosos

Existem muitos empregos que representam um risco significativo de perda auditiva ocupacional quando se trata de exposição a ruídos industriais altos. Os setores mais comuns incluem:

A indústria de transformação, repleta de maquinário robusto e de uso contínuo, cuja exposição a níveis elevados de pressão sonora é das mais altas, afetando um grande número de trabalhadores. Máquinas pesadas que operam com metal, por exemplo, podem gerar níveis de exposição a ruídos de até 125 dB (A), ruído que pode prejudicar o ouvido desprotegido.

A exposição ao ruído industrial alcança níveis altos também no ramo da fabricação de produtos de madeira onde, inclusive, se observa uma das menores proporções de uso do equipamento de proteção auditiva.

Na construção civil, os trabalhadores podem ouvir ruídos muito altos durante longos períodos de tempo. Isso se dá pelo uso de algumas das ferramentas como brocas, britadeiras, esmerilhadeiras, cortadores ou ferramentas de perfuração que podem atingir níveis de decibéis de 130 dB (A) ou mais.

Indústrias ruidosas menos óbvias que podem estar negligenciando o monitoramento de ruído ocupacional incluem escolas, onde professores podem ser expostos a altos níveis de ruído acima de 80 dB (A); equipes de emergência e bombeiros que também estão sujeitos a alarmes e sirenes ruidosos, podendo chegar a mais de 100 dB (A); setor do entretenimento, com atividades experimentam níveis de ruídos superiores a 90 dB (A), entre outros.

Nos aeroportos, as equipes de controle de solo podem ser expostas a níveis de ruído de cerca de 140 dB (A), que é a condição limite.

O principal a ser lembrado é que a perda auditiva induzida por ruído em um ambiente de trabalho é totalmente evitável com a ajuda de monitoramento e medidas de controle corretas para reduzir o risco de níveis excessivos de ruído. É aqui que entra em ação o monitoramento regular das máquinas e da exposição individual ao ruído industrial.

Controle de ruído industrial

Nos últimos anos, muitas indústrias tiveram que arcar com indenizações por perda auditiva induzida por ruído resultante de exposição no local de trabalho, onde foi demonstrado que um empregador falhou na gestão de ruídos industriais.

As medições dos níveis de ruído industrial devem ser feitas com um aparelho que fornece as leituras de nível de som em decibéis. Os dosímetros de ruído pessoais também podem ser úteis. Usados ​​por um funcionário, eles capturam e armazenam os níveis de ruído flutuantes durante um dia ou semana de trabalho.

A partir dessas medições, um mapa de ruído pode ser elaborado na planta industrial e algumas providências devem ser adotadas imediatamente. Entre elas, o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) amplamente difundido no setor industrial – como, por exemplo, protetores auditivos e abafadores industriais – que devem ser obrigatórios até que uma nova ação seja aplicada para reduzir o ruído na fonte.

As medições de ruído devem ser repetidas se houver mudanças no layout do local de trabalho, instalação de maquinário adicional ou uma mudança no tipo ou distribuição do trabalho realizado.

Benefícios do controle de ruídos industriais

Essa estratégia eficaz de monitoramento de ruído no local de trabalho garantirá que a equipe esteja preparada para trabalhar e permaneça saudável. A medida também pode ajudar os empregadores a proteger a empresa de futuras reivindicações por parte de funcionários, por perda auditiva induzida por ruído ou outros problemas psicológicos e fisiológicos.

Os empregadores que não percebem a gravidade da surdez industrial e que podem ter inadvertidamente ignorado a legislação podem enfrentar reivindicações significativas até com a vizinhança da empresa.

Diante de tantas evidências, todas as empresas que possuem maquinários, frotas de veículos e equipamentos e outros itens que emitam alguma espécie de ruído quando estão em funcionamento devem buscar medidas para evitar os problemas que efetivamente poderão surgir.

Investir no controle das fontes emissoras de ruídos industriais é uma atitude que proporciona definitivamente o maior retorno para a empresa e a solução definitiva para garantir que os trabalhadores e a comunidade não sejam expostos a condições insalubres.